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O INCRÍVEL MUNDO DAS BROMÉLIAS: ESPÉCIES, VERSATILIDADE, DICAS DE CULTIVO, PAISAGISMO E POLÊMICA

Sobre árvores, no chão, formando conjuntos em vasos, em jardins verticais, compondo canteiros, e muito mais as bromélias fazem hoje parte do paisagismo e é até mesmo difícil encontrar projetos que não incluam estas 
Bonitas, versáteis, de diferentes formas e cores, resistentes, adaptáveis, de fácil cultivo e podem ser utilizadas nos diferentes projetos paisagísticos como jardins tropicais, jardins de inverno, até mesmo em jardins desérticos, caminhos, em vasos e bacias, como arranjos florais, entre outros; são adaptadas tanto em ambientes de sol ou de sombra, enfim, são tantas qualidades e utilizações para descrever essas plantas que esse texto se estenderia por centenas de milhares de páginas.

Em projetos paisagísticos, quando utilizadas, proporcionam um charme ousado, diferente, com um colorido único, um aspecto tipicamente tropical ao jardim; isso tudo é possível porque curiosamente, as bromélias tem grande variedade tanto nas espécies, formas, cores quanto adaptações aos diferentes ambientes.

Considerando que a composição do jardim com bromélias tende a variar conforme o local, a incidência de luz solar e o estilo paisagístico, a dica é associá-las Cicas, asplênios, agaves, palmeiras de pequeno e médio porte como Phoenix, por exemplo, filodendros,  e até mesmo seixos (pedras) de tamanhos diferentes. Uma outra composição paisagística com bromélias que deu muito certo, é seu uso junto à fontes e cascatas: o efeito é incrível e único.




Em geral, as bromélias pertencem a família botânica com denominação cientifica de Bromeliaceae com mais de 3.000 espécies existentes e que congrega mais de 50 gêneros, nativas das Américas; só o Brasil possui 1.500 espécies, e estão presentes praticamente em todos os seus ecossistemas, principalmente na nossa bela conhecida mata atlântica.

São plantas herbáceas de folhas estreitas, lisas ou serrilhadas, por vezes com espinhos, de cor verde, vermelho, vinho, variegadas, com manchas, listras, pintas e muito mais.

E para se ter sucesso no cultivo das bromélias, é portanto, ideal que se tente conhecer o máximo possível a respeito de cada planta que se queira manter e para isso existem inúmeros livros e sites sobre o assunto; mas fiquem atento: devemos levar em conta o país de origem destes textos, pois cada espécie tem características muito peculiares de acordo com o ambiente em que vivem, e cada local tem temperaturas, tipos de solo, altitude muito diferentes.

Também são plantas pouco exigentes, rústicas, de grande resistência,  adaptação e de fácil cultivo; isso se dá ao fato de existirem em quase todos os ambientes – além disso, temos as espécies epífitas (crescem se apoiando sobre galhos e troncos de arvores, onde se apóiam para ficar acima do chão da mata e portanto, buscam luz, ventilação e captação de água), as terrestres (onde suas raízes absorvem água e nutrientes do solo)e as rupículas (crescem sobre pedras).

O que torna a bromélia tão resistente e de fácil adaptação a ambientes principalmente desfavoráveis é o seu sistema de absorção de água e nutrientes, que ocorre através das folhas recobertas por escamas e, em algumas espécies, nas rosetas ou cavidades (formação definida pela disposição das folhas) que acumulam água e partículas orgânicos. Apesar das bromélias serem tolerantes à falta d’água, a irrigação é fundamental para o desenvolvimento saudável dessas plantas.

Vriesea sp.
A maior parte das espécies que conhecemos enquadra-se na categoria das bromélias “tanque-dependentes” ou “semi-dependentes”,ou seja, que acumulam água. Fazem parte desse grupo a maioria das Vriesea, Neoregelia, Aechmea, Billbergia, Guzmania, Canistrum, etc. No grupo das bromélias desprovidas de tanques, podemos citar os Cryptanthus, Orthophytum, Dyckia, Pitcairnea, etc. São plantas que não acumulam água no centro de suas folhas ou quando o fazem, é em pequena quantidade servindo, portanto, para suprir as necessidades da planta.

Curiosamente, as bromélias florescem somente uma vez durante seu tempo de vida. Após a floração, a planta em geral desenvolve uma brotação lateral que substituirá a planta que irá morrer. As bromélias atingem a maturidade e florescem em diferentes idades, de meses a dezenas de anos, dependendo da espécie e condições do ambiente, respeitando sempre uma determinada época do ano. Muitas vezes, uma planta não floresce devido à falta de luminosidade ou por outro fator ambiental, como por exemplo, a temperatura. Por outro lado, uma brusca mudança do ambiente pode provocar a floração numa planta adulta. A planta sente-se ameaçada e o instinto de preservação da espécie desencadeia a floração a fim de gerar sementes e brotos laterais, e tudo isso para assegurar a sua preservação. Dependendo da espécie, algumas plantas apresentam inflorescências extremamente exuberantes e, podendo ser de longa duração. De acordo com as espécies, as florações podem durar dias, semanas ou meses.


A maioria das espécies de bromélias preferem meia sombra, visto que na natureza se comportam dessa forma: seja no solo (chão) ou apoiada em galhos mais altos, porém, recebem a luz indireta do sol, situação essa em que ocorrem na mata nativa: nascem no solo, as que preferem mais sombra e no tronco das árvores ou (epífitas) as que procuram luz difusa. Compreender essas características é fundamental para saber como utilizá-las em projetos paisagísticos, seja internos ou externos. No paisagismo existem exceções, como por exemplo, as bromélias imperiais, que podem permanecer expostas a luz solar direta.

Para o cultivo em vasos, por exemplo, o substrato deve ser bem drenado e rico em compostos vegetais (ou orgânicos), como o pó de xaxim que cada vez é mais raro de ser encontrado; todavia, podemos utilizar terra, casca de pinus triturada, areia, fibra de coco e casca de arroz carbonizada ou vermiculita em proporções iguais. Até mesmo o húmus de minhoca ou o musgo seco conhecido também como sphagnum são bem aceitos pelas bromélias.

Para melhor entendimento quanto à proporção, deve-se fazer o seguinte para ter um bom substrato para as bromélias:

25% de terra
25% de areia
25% de húmus de minhoca
25% de casca de pinus moída ou pó de fibra de coco
25% de casca de arroz carbonizada (possui ótima drenagem)

Não permita também que a planta fique “balançando” no vaso, procure fixá-la bem, senão poderá danificar o tenro desenvolvimento das novas raízes. Se necessário, estaqueie a planta até que suas raízes estejam bem desenvolvidas. O dreno do vaso é um outro fator muito importante: coloque sempre uma camada de cacos de telha, argila expandida ou pedra brita no fundo do vaso, que deve sempre ser perfurado nas laterais ou no fundo. As bromélias gostam de ter suas raízes molhadas, mas sempre de forma bastante moderada. O mais importante é molhar as folhas e manter sempre o tanque central com água. Evite molhar as folhas sob luz solar intensa e nas horas mais quentes do dia. Grande quantidade de claridade em luz difusa é bastante apreciada pela maioria das bromélias.

 É necessário que as raízes respirem bem e para isso, o solo deve ser parecido com o que ocorre em seu ambiente natural. É importante também evitar o uso de vasos plásticos ou cerâmica esmaltada, pois estes dificultam a respiração das raízes, favorecendo a retenção de água das regas dentro do recipiente. E ainda, não é recomendável usar vasos muito grandes, pois há perigo de umidade excessiva nas raízes.

Uma dica para o cultivo com as espécies epífitas, é que estas são acostumadas a terem suas raízes descobertas e por isso, quando solicitarem a sua utilização em projetos, e para não descaracterizar o tipo de habitat em que vivem ou prejudicar o seu desenvolvimento, que tal compor um arranjo de bromélias epífitas com troncos de árvores ou até mesmo, montar um quadro verde com fibra de coco ou um jardim vertical? O resultado não deixa dúvidas: vai bem em todos os ambientes.

Outra dica de cultivo, é que as bromélias são capazes de grande absorção por suas folhas, e devido a isso, a adubação liquida (química) também é recomendável por ser bem eficiente, mas devem ser utilizadas em quantidades bem menores do que as indicadas pelos fabricantes. A pulverização periódica com um adubo foliar bem diluído, embora não seja indispensável, ajuda bastante no crescimento e desenvolvimento da planta. Entretanto, nunca é demais lembrar que não se deve utilizar em bromélias fungicidas ou inseticidas que contenham cobre ou outros metais na sua fórmula, pois os mesmos podem causar danos aos tecidos vegetais dessas plantas.

Atualmente, as bromélias são amplamente comercializadas em floriculturas, compondo arranjos diferenciados e também, como já dito antes, muito utilizadas por paisagistas em projetos de jardins justamente pela sua característica e preferência dos clientes.

Em se tratando de compra de plantas ornamentais, na hora de adquirir um exemplar de bromélias, devemos nos atentar a qual espécie estamos comprando: condições da planta como aspecto da forma, se apresentam manchas anormais ou não, se estão quebradas, com cores desbotadas ou vivas, queimadas ou com a presença de fungos ou pragas; e também se é uma planta adaptada mais ao sol, sombra ou meia sombra (lembrando que todas as espécies necessitam de luz, seja direta ou indireta, daí a necessidade varia muito com a espécie). Essa dica é muito importante, pois muitas pessoas, por falta de informação, acabam comprando plantas doentes e que até mesmo quando implantadas ou não se desenvolvem naturalmente bem ou acabam sucumbindo.

Uma ultima dica, é com relação a observação de como a planta da bromélias indica que alguns cuidados não estão sendo satisfatórios:

·        Se as folhas jovens de uma bromélia começam a nascer muito longa e estreitas em relação às folhas anteriores (estiolar), a planta deve ter sido colocada num local muito sombreado;
·        Do mesmo modo, a perda de coloração ou aumento da intensidade do verde das folhas também indica a falta de luminosidade;
·        Se as folhas externas começam repentinamente a apodrecer, a planta pode estar recebendo excesso de água;
·        Manchas “secas” no meio das folhas costumam indicar queimaduras pela incidência indireta de sol (lembrando que isso vale para algumas espécies que tem como principal característica, desenvolver-se em meia sombra ou sombra, porém, com espécies próprias para serem expostas a radiação direta do sol, isso já não acontece;
·        Novamente, a aplicação de fertilizante ou inseticida muito concentrado ou inadequado em horários de muito calor ou ainda sob a incidência direta do sol, também costumam causar sérios danos as folhas das bromélias;
·        Não é exagero lembrar que grande parte das bromélias é admirada por suas belas folhas; descuidos no transporte ou manuseio incorreto da planta podem danificar suas folhas e embora isso não chegue a prejudicar seriamente a planta, esteticamente pode ser bem desagradável.

Enfim, esperamos ter colaborado com algumas dicas sobre essas plantas. O ideal é não descuidar e manter sempre os olhos atentos a todo o desenvolvimento da planta. Tudo na medida certa garante o sucesso, bom desenvolvimento, saúde, beleza, e muitos outros aspectos, dessas incríveis e respeitáveis espécies.




BROMÉLIAS X DENGUE: VERDADE OU MITO?

Nossa intenção aqui não é confundir, mas esclarecer, porque as bromélias são injustamente julgadas por serem consideradas como um potencial criadouro. É claro, que a possibilidade até “pode” existir por conta das características dessas plantas em armazenar água, mas, isso pode variar de acordo com o ambiente e com as “pessoas”, ou seja, se realmente é comprovado ou não tudo isso, porque que nós, na condição de responsáveis pelo controle da dengue, não nos responsabilizamos e tomamos as devidas precauções também com essas plantas? Não é mesmo? Se é de nossa responsabilidade eliminar possíveis criadouros “artificiais” como pneus, garrafas, pratinhos e outros itens, porque não cuidar e monitorar as bromélias também para que essas não se tornem definitivamente um potencial disseminador das larvas do mosquito? Ou vamos deixar a responsabilidade para terceiros, e permitir, que essas espécies sejam equivocadamente extintas não somente em projetos paisagísticos, mas na natureza. De fato, o que falta é mais informação. Não é acabando com a vida das bromélias, que iremos acabar com a dengue, concordam? O importante é entendermos que ao contrário da vida na natureza, na vida urbana, as coisas tendem a mudar, ou seja, as ditas “pragas urbanas” acabam se adaptando da forma que podem, e o mosquito da dengue não é diferente: ele simplesmente busca cada vez mais formas de garantir a preservação da sua espécie, e, portanto, buscando melhores condições favoráveis para a sua procriação.

Geralmente, atividades antrópicas e degradação ambiental atingem diretamente a saúde da população e o meio ambiente. Como conseqüência, o número de pragas e vetores aumentam significativamente, fazendo cada vez mais vítimas.

Anteriormente, já foi falado que uma das principais características de algumas espécies de bromélias é ter suas folhas dispostas em formatos de roseta que formam tanques que acumulam água e partículas  orgânicas, que são nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento e sobrevivência da planta. Além disso, ecologicamente falando, esses tanques de água e nutrientes constituem belos e interessantes ecossistemas e são em torno de 400 a 500 espécies de animais relacionados as bromélias de alguma forma, sendo que muitos deles fazem uso delas como moradia, fonte de alimento e água, abrigo contra predadores, e muito mais.

As cisternas foliares também servem como local de abrigo para ovos e desenvolvimento larval de alguns insetos. Portanto, pode-se afirmar que essas bromélias são uma espécie de microhabitat para vários animais e espécies de plantas, isto é, funcionam como espécies-chaves para manutenção da biodiversidade.

Agora, acompanhe um texto extraído da sociedade brasileira de bromélias:

“O tanque que algumas bromélias desenvolvem no imbricamento de suas folhas NÃO É UMA POÇA D’ÁGUA, e sim, um POÇO DE VIDA. A diferença é que uma poça d’água (pratinhos, pneus, garrafas e plásticos), ainda que possa abrigar ocasionalmente algumas formas de vida, é uma água parada, um ambiente inerte. O tanque das bromélias, contudo é uma estrutura vital da planta e, assim como os intestinos dos animais, abriga muitas formas de vida das quais elas (bromélias) dependem para se nutrir e sobreviver.

A poça d’água armazena ao acaso, a água da chuva e, esta passa a ser rapidamente colonizada pelos organismos menos especializados. A partir de alguns poucos nutrientes, surgem determinadas algas e bactérias (poucas espécies em alguma quantidade); essa fase dura pouco. A água se turvará e se não chover, secará.

As bromélias tanque-dependentes começam a guardar água antes de seu primeiro ano de vida. Essa água, protegida pelo ambiente das folhas, se transforma num pequeno, mas rico ecossistema em muito pouco tempo. Pouca água evapora e muita água é continuamente absorvida pela planta, suprindo-a com nutrientes e evaporando pela superfície da folha. A sucessão de formas de vida é muito intensa e o resultado é uma calda repleta de organismos que competem entre si, numa batalha ecológica.

Muitos colecionadores ficaram alvoroçados com a ameaça da dengue e passaram a monitorar de forma obsessiva suas plantas. O resultado foi surpreendente: praticamente não foram encontradas larvas do mosquito Aedes aegypti. Mesmo aqueles que não aplicavam inseticidas, não encontraram larvas do Aedes aegypti em suas plantas. Coleções grandes e especialmente aquelas situadas próximo as florestas, não acusavam a presença do mosquito e, quando eram encontradas larvas, pertenciam a mosquitos dos gêneros Culex e Anopheles, nativos de nossa fauna.”

A Sociedade Brasileira de Bromélias sustenta que as bromélias não não criadouros preferenciais. Mas com o avanço da moléstia, à mercê de um enorme descuido das autoridades de saúde, a ordem agora é enfrentar o mosquito e não deixar que as bromélias sejam estigmatizadas e transformadas em bodes expiatórios.

E ainda, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), ambos unidades da Fiocruz, e do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro concluíram que as plantas popularmente conhecidas como bromélias não são, como se imaginava, microhabitats importantes para o desenvolvimento de mosquitos das espécies Aedes aegypti e Aedes albopictus, dois dos principais vetores da dengue no Brasil. Para o estudo, foram capturados, durante quase um ano, aproximadamente 3 mil espécimes de mosquitos encontrados em 120 bromélias pertencentes a dez diferentes espécies da planta no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O espaço fica a menos de 200 metros de moradias do bairro da Gávea, área endêmica da doença no Estado do Rio de Janeiro.

“Bromélias são plantas ornamentais populares e comumente usadas em jardins públicos e privados. A abundância desse tipo de plantas onde a dengue é endêmica tem sido construída para representar uma ameaça para o controle da dengue”, comentam os pesquisadores em artigo publicado na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz da Fiocruz. “Os resultados da coleta demonstraram que as espécies nativas de mosquitos Culex e Wyeomuia são os culicideos mais abundantes e o Aedes aegypti e Aedes albopictus são raramente encontrados nessas plantas, que não devem assim ser consideradas um problema para o controle da dengue”.


As bromélias verificadas foram expostas a chuvas e não foram tratadas com nenhum tipo de inseticida durante a pesquisa e nem nos dez meses anteriores a ela. Do total de mosquitos capturados, 77,2% eram do gênero Culex e 21,4% do Wyeomuia. Somente duas larvas de Aedes  aegypti (0,07% do total de mosquitos) e cinco de Aedes  albopictus foram coletadas (0,18%), o que sugere não serem essas duas espécies bons competidores em relação aos outros mosquitos habitantes naturais de bromélias ou que as fêmeas dessas espécies preferem não depositar seus ovos nesses locais. Os pesquisadores ainda alertam que, por contraste, formas imaturas de Aedes aegypti foram encontradas em recipientes artificiais em 5% das casas da vizinhança.


“Nossa hipótese é que as espécies de Aedes aegypti encontradas ocasionalmente em bromélias podem estar correlacionadas a altos níveis de infestação na área, sendo, assim, resultado de uma competição acirrada por habitats de oviposição”, afirmam os pesquisadores. “De qualquer forma, é necessário investigar a fauna de mosquitos encontrada em bromélias mantidas em ambientes domésticos (casas e quintais) devido ao fato de essas plantas serem populares em áreas consideradas endêmicas para dengue”.

Em um estudo realizado em Santo André, em uma chácara, foi contabilizado o total de 117 exemplares de larvas em 3 coletas realizadas em 10 bromélias; e após a identificação, constatou-se que nenhuma delas é proveniente do Aedes aegypti.

Um outro trecho do artigo publicado nos chamou muito a atenção: “as bromélias podem ser consideradas criadouro natural quando houver ação antropogênica, haja visto que o Aedes aegypti é um mosquito urbano, e onde há homem, há desordem.”


Em um outro estudo de mestrado, realizada pelo então pesquisador Márcio Goulart, revelou que o mosquito Aedes aegypti tem uma preferência maior por criadouros artificiais como pneus, pratinhos, garrafas, caixas d’agua, entre outros, do que pelas bromélias propriamente ditas.

De um certo ponto de vista, ecologicamente falando, o que de fato pode acontecer, é que em uma dada região urbana, a população de mosquitos do Aedes aegypti possa crescer numa proporção tão grande, que o mosquito será obrigado a explorar novos “tipos de habitats” para poder se reproduzir, já que o ambiente em que eles estão acostumados, já não consegue suprir tantos indivíduos vivendo num mesmo lugar, ou seja, água das garrafas, pneus, pratinhos entre outros; e tendo ali a bromélia como um possível ecossistema favorável para o desenvolvimento de tantas larvas, ele tentará de alguma forma se adaptar a esse ambiente. Isso é apenas uma tentativa de sobrevivência e é um comportamento típico de qualquer ser vivo: tentará de todas as formas se adaptar a diferentes ambientes, até que encontre uma alternativa favorável a garantia de sucesso para a proliferação e perpetuação da espécie.
A bromélia e o mosquito da dengue ou Aedes aegypti não se conheciam na natureza antes de serem apresentados pelo homem. É fato comprovado que o Aedes aegypti tem preferência por recipientes artificiais com água limpa; e a água com sedimentos orgânicos ou com matéria em suspensão é desprezada pelo mosquito.

No caso de bromélias já existentes em jardins, tanto residenciais quanto empresariais, não será preciso chegar ao extremo de erradicá-las com medo da dengue; nos famosos tanques dessas bromélias que acumulam água em seus tanques podem abrigar sim, ovos e larvas de insetos, mas caso esta água esteja limpa e estagnada. Visto que o ciclo larval do Aedes aegypti é de aproximadamente uma semana, alguns profissionais recomendam que a água do tanque seja renovada semanalmente, através do jato de água lançado por uma mangueira; assim procedendo, larvas de insetos e eventualmente existente no tanque serão deslocadas para a terra, onde morrerão. Esse é um método que funciona, pois já foi vivenciado inclusive por membros de nossa empresa e NUNCA houve sequer algum foco, nem de larvas e nem de mosquitos, considerando principalmente que agentes da saúde de nossa cidade realizam visitas toda semana.

Porém, por conta de tantos exemplares de bromélias, a renovação da água seja de difícil execução, algumas pessoas recomendam que as plantas possam ser pulverizadas com calda de fumo, que é um inseticida natural eficiente que não correrá o risco de prejudicar as bromélias.

Por fim, pessoal, como vocês podem ver, informação é o que não falta; o que falta é um cuidado, uma atenção maior por parte da população, dos órgãos públicos na erradicação sim, dos potenciais criadouros artificiais que são preferidos pelo mosquito, e não a erradicação equivocada dessas espécies de bromélias, que além de embelezar todos os diferentes ambientes, constituem um verdadeiro ecossistema que garanta o equilíbrio da vida em todas as suas formas e cores, a fim de enriquecer e embelezar tanto o ambiente urbano quanto o natural.

3 comentários:

  1. Sou venezuelano, adorei toda a informacao e dicas sobre as bromelias, sobre tudo isso dos mosquitos.

    Obrigado

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    1. Obrigada Carlos! É um prazer recebê-lo em nossa página. O que precisa de fato é um investimento em mais pesquisas para acompanhar a evolução da espécie. Mas o que resolve mesmo o problema da epidemia mundial é a cooperação humana. Grande abraço!

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  2. Tenho uma bromélia pequema que produziu um cacho de flor lindo, depois que a flor secou ela começou a morrer fix uma poda , quero sabet se ela vai morre se posso fazer alguma coida pata evitar a morte dela?

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